Sem
frio na barriga, sem pernas tremulantes, sem coração acelerado e sem brilho no
olhar. Ela estava fria, vazia, tão automática quanto um robô, vivendo só por
viver, fazendo só por fazer.
Sorriu
sarcasticamente, diversas e repetidas vezes, como de uma piada interna entre ela
e seu eu. Como se estivesse na cochia de uma peça teatral e conhecesse bem cada
deixa, e soubesse o final de cor. A vida era um palco onde ela encenava sentimentos que
nunca sentira de fato. Como um poeta que finge o amor que sente e transforma em
poesia para arrancar lágrimas alheias.
O espetáculo aconteceu de improviso. Um caco de fala aqui, outro acolá. Muitos sorrisos, muito carão, figurino e maquiagem impecáveis. Uma atuação digna bis e muitas indicações ao Oscar. Mas
no final, quando as cortinas se fecharam e os aplausos tomaram o teatro, cada
ator foi pro seu canto e ela ficou pensando no momento compartilhado. Na ilusão
colaborada. Naquilo que vivera na vida emprestada que ganhara no palco. Na vida
que ela vivia todo dia, mas que não a pertencia.
Mais um lindo escrito seu que eu amei de paixão ♥
ResponderExcluirUm texto com poucas palavras, mas com tanto sentimentos. Conheço muita gente que vive como o personagem desse texto, ou se deixa viver assim, será mesmo que isso é viver? Até mais. ótimo texto, bem reflexivo. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/
ResponderExcluirParabéns pelo texto Natascha, você escreve muito bem. Cheguei hoje para acompanhar o blog e já estou curtindo tudo.
ResponderExcluirEstou seguindo seu blog para acompanhar as atualizações e sempre que puder fazer uma visita.
Abraços
http://reaprendendoaartedaleitura.blogspot.com.br/