"Uma cidade de papel para uma garota de papel."
Título: CIdades de papel
Título Original: Paper towns
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Hearts: ♥♥♥♥♥
Sinopse: Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um dos nerds de sua turma. Certa noite, Margo invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança. E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele dia, nem no outro, nem no seguinte. Quando descobre que o paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele pensava que conhecia.
M de metáfora, M de mistério, M
de Margo.
Acabei te ler mais um livro do John Green e me
declaro definitiva e eternamente apaixonada pela escrita desse homem. O livro
da vez foi Cidades e papel e o
mistério e as metáforas em questão giram em torno de Margo Roth Spiegelman, mas
uma personagem encantadora escrita por John. Aliás, em Cidades de papel, todos
os personagens, diálogos, a trama, TUDO me encantou profundamente. Tanto que
prefiro usar uma frase do próprio livro para descrever meus sentimentos:
“Mijar é como ler um livro bom: é
muito, muito difícil de parar depois que você começa.”
E eu não parei até terminar, como já era de se esperar.
“Margo sempre adorou um
mistério. E, com tudo o que aconteceu depois, nunca consegui deixar de pensar
que ela talvez gostasse tanto de mistérios que acabou por se totrnar um."
Quentin Jacobsen é apaixonado por
Margo Roth Spielgelman, que é apaixonada por mistérios. Tanto a paixão de Q por
Margo, quanto a paixão de Margo por mistérios surgiram mais ou menos na mesma
época, quando os dois eram apenas crianças e encontraram um cara morto no
parquinho onde costumavam brincar, cara esse que Margo descobriu nome,
sobrenome, endereço, RG, CPF e causa da morte. Típico dela, que nunca resistiu
a um mistério.
Mesmo sendo vizinhos, ao crescer
Quentin e Margo não mantiveram um relacionamento muito estreito. Margo virou a
garota mais popular e divertida da escola, enquanto Quentin virou um componente básico na cadeia alimentar do ensino médio. Aliás, o único motivo para ele e
seus amigos não fossem devorados pela realeza era a intervenção divina (Q a via
exatamente assim, como uma deusa, uma miragem) de Margo, que apesar de ser
popular se diferenciava, e muito de seu grupo. E é por essas e outras diferenças
que num certo 5 de maio, Margo aparece na janela de Quentin vestida de ninja e
de cara pintada convocando-o para uma missão ultra secreta no meio da
madrugada. Um engenhoso e misterioso plano de vingança contra seu namorado e seus
falsos amigos, elaborado por ninguém mais, ninguém menos que MS: Margo
Spielgeman.
“Todas aquelas pessoas de papel
vivendo suas vidas em casas de papel, queimando o futuro para se manterem
aquecidas.[...] Todos idiotizados com a obsessão de possuir coisas. Todas as
coisas finas e frágeis como papel. E todas as pessoas também.”
Margo e Quentin passam a noite
juntos propagando o caos e se vingando dos amigos estúpidos de Margo. Quentin
nunca fez o tipo aventureiro, mas encarou a noite de loucuras como um ponto de partida para que tudo voltasse a
ser como antes entre os dois. Acontece que no da seguinte, Margo não apareceu na
escola - o que não é assim tão incomum. Margo tinha o costume de sumir por uns
dias, e deixar pistas para ser encontrada. Ela fizera isso inúmeras outras
vezes, e sempre voltava cheia de histórias para contar, mas dessa vez Margo não
voltou, nem no dia seguinte, nem no outro, e nem no outro... O problema é que for
fazer isso com freqüência e já ser maior de idade, seus pais ficam de saco
cheio e até mesmo a polícia se recusa a tomar uma atitude. Por isso, cabe a
Quentin encontrar Margo, e seguir as pistas que ela deixou indicando sua
localização. E para tal feito, Quentin conta com a ajuda de seus dois melhores amigos, Ben e Radar, e da melhor amiga de Margo, Lacey. Durante a busca – que se torna uma grande e divertidíssima aventura de carro - eles percebem que nenhuma das versões de Margo que eles tinham na cabeça era real, e que para encontrá-la era preciso antes de mais nada, conhecê-la. A verdadeira Margo e não a Margo de papel que projetaram por tanto tempo.
“Que coisa mais traiçoeira e
acreditar que uma pessoa é mais do que uma pessoa.”
Como já disse no inicio, estou encantada pela história.O John me
surpreendeu mais uma vez com sua capacidade de escrever livros tão profundos e ao mesmo tempo tão divertidos (Ri convulsivamente com esse livro) voltados para jovens e adolescentes. É incrível!
A trama foi super bem amarrada e
elaborada, se encaixando perfeitamente em seus mínimos detalhes. Margo
invejaria a astúcia de Green se ele não a tivesse criado... srsrrs! Outra coisa
que me surpreendeu foram os personagens e os diálogos, que me pareceram bem
mais reais dessa vez. As gírias, os bordões, o humor, os palavrões, os pais bizarros,
as aventuras, as metáforas, a diagramação, a escolha de cores, TUDO contribui
para que Cidades de papel seja um livro maravilhoso. Não maravilhoso do tipo
ACEDE, nem do tipo Alaska. Mas maravilhoso do tipo John Green: Surpreendente e inigualável.
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