domingo, 30 de junho de 2013

Capture: Ela não sabia viver só





Ela orgulhava-se dos poucos e bons amigos. Dizia-se anti-social, mas não negava um sorriso sequer. Ela se orgulhava de sua independência, de sua auto-suficiência e de todas as 'Ências' que faziam dela única num mundo feito pra dois. Ria sozinha dos dramas dos casais emburrados, discutindo baixinho pelos cantos e esquinas.
Ela era a única... Ela era só, e até lidava bem com a solidão, sua velha companheira...

 - Acontece que conviver com a solidão é tão difícil quanto viver com alguém. Chega uma hora que cansa, desgasta, enjoa e o fim da relação e inevitável. - Ela dizia e adoçava o café, para contrabalancear o amargo da vida.

Ela assobiava e olhava na janela esperando uma resposta, um eco vindo do vazio. Ela caminhava tropegamente pelo linóleo gélido, pé ante pé feito uma equilibrista. Na janela, as lágrimas que não caíam de seus olhos. No coração, um buraco, um vazio. O silêncio fazia muito barulho, ecoava em sua mente, bagunçava os pensamentos e a calmaria lhe causava o caos. Ela sempre ouviu que quando um não quer dois não brigam, mas a solidão queria guerra e ela só pedia paz. Apenas um pouco de paz.

sábado, 29 de junho de 2013

Moviola #2 - Minha Mãe é Uma Peça

Mãe é tudo igual, só muda o endereço. Certo? Graças à Deus que não. Se minha mãe fosse igual à dona Hermínia, eu acho que eu não aguentaria... de tanto rir. Se você acha que sua mãe é louca, corra pro cinema e descubra que mãe louca por mãe louca, dona Hermínia vence a todas. E vence no grito.

Título: Minha mãe é um apeça
Título no Brasil: Minha mãe é uma peça
Diretor: André Pellenz
Roteirista: Paulo Gustavo
Cast: Paulo Gustavo, Ingrid Guimarães, Samantha Schmutz, Herson Capri, Rodrigo Pandolfo, Mariana Xavier, Mônica Martelli, Suelly Franco, Alexandra Richter.
Hearts: ♥♥♥♥♥

Dona Hermínia (Paulo Gustavo) é uma mãe muito zelosa e super protetora. Divorciada de Carlos Alberto (Herson Capri), seu ex-marido, Hermínia vive para seus filhos Marcelina (Mariana Xavier), Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Guarib (Bruno Bebianno), mesmo que o último já seja casado e viva muito longe de suas asas – o que não a agrada muito. Aliás, Juliano e Marcelina também já são bem grandinhos, mas para dona Hermínia – assim como para todas as mães – eles ainda são crianças que precisam de cuidados a todo momento. Marcelina porque é gorda e Juliano porque é... gay.

- Eu criei você e seu irmão juntos. Seu irmão é magro.
- Mas é gay.

O filme retrata o dia-a-dia dessa família nada convencional onde o amor é demonstrado através do grito. Hermínia grita pra tudo. Para acordar os filhos, para xingar a namorada escrota e 20 anos mas nova de seu ex-marido, para desmoralizar a síndica ladra do prédio, mas acima de tudo, pra mostrar ao mundo que ama seus bebês. Acontece que todo esse amor é interpretado por seus filhos como pura chatice, e é justamente aí que a situação se complica. Cansados das loucuras da mãe, seus filhos resolvem desabafar com o pai e com Soraya (Ingrid Guimarães) Aquela vaaaaaaaaaaaaaaaca, mas Hermínia acaba ouvindo coisas que mãe alguma gostaria de ouvir.

- Manda um beijo Ra Soraya. Aquela vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaca.

Devastada pelos absurdos que ouviu, Hermínia resolve dar um gelo em seus filhos e vai para a casa de sua tia Zélia (Sueli Franco) sem avisá-los, e é lá que entre uma conversa e outra a história ganha vida. Envolta em lembranças, Hermínia percebe que, apesar de desnaturados, seus filhos lhe proporcionaram bons momentos ao longo de sua vida; e eles acabam percebendo o mesmo. Apesar do terrorismo de todos os defeitos, mãe é uma só – E no caso, deles, graças á Deus, né, porque ninguém aguentaria duas Hemínias nesse mundo.

- A Marcelina está num mau-humor que ninguém consegue se comunicar com ela.
- É sua filha, né?
- É... é minha filha sim.
- É... é SUA filha sim.
- É, eu fiz com o dedo, né, Carlos Alberto.

Acho que não preciso dizer que o filme é fabuloso. Quando descobri que a peça viraria filme, achei que ficaria fantástico, mas nunca imaginei que ficaria tão bom. Ri ininterruptamente do início ao fim, e o que é melhor, minha mãe – que também é uma peça – se escangalhou de tanto rir, e pediu pra ver de novo (isso é raro, gente. Muito raro).
A atuação de todos os atores foi fantástica, e a química entre eles é inegável. Os personagens foram muito bem construídos, a maquiagem e o figurino estão de parabéns, e a história em si é fantástica. Impossível não se apaixonar e não sair do cinema rindo de orelha à orelha, cantando e dançando Sandra Rosa Madalena de Sidney Magal. Sim, eu dancei... e não me julguem, pois quando assistirem, você farão o mesmo.

“Quero vê-la sorrir, quero vê-la cantar. Quero ver o seu corpo dançar sem parar.”



(Trailer)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

#Shelf - Minha vida fora de série - 2ª temporada - Paula Pimenta



Título: Minha vida fora de série- 2ª temporada
Título Original: Minha vida fora de série – 2ª temporada
Autor: Paula Pimenta
Editora: Gutenberg
Hearts: ♥♥♥♥♥


Sinopse: Na 2ª temporada de "Minha vida fora de série", Priscila agora está com 16 anos e começa a lidar com questões mais sérias da adolescência: a proximidade do vestibular e, com ele, todos os receios desta fase; amizades que parecem sólidas e que de repente se perdem; o aprendizado de que um namoro tem de ser constantemente cuidado para não se desgastar. Ela também descobre que atos sem pensar, que parecem estar esquecidos no passado, podem marcar irreversivelmente o presente. Nossos queridos personagens - já conhecidos pela série "Fazendo meu filme" estão de volta, para não deixar ninguém com saudade. Não perca os próximos episódios da vida fora de série de Priscila. Você não vai conseguir desgrudar até terminar de ler.

Sabe quando a sua série favorita volta depois de um longo período de hiatus? Então. Passei um tempo colossal em crise de abstinência, e por isso quase pulei no pescoço do carteiro quando, numa manhã qualquer, ele me entregou o embrulho da Saraiva que eu tanto esperei. Não me aguentei e fui correndo pra casa, abri o livro, senti o cheiro e pude enfim matar as saudades daquele mundinho de seriados criado pela Paula.

“Não se esqueça de fazer um pedido, Priscila!”

Ao abrir o Minha vida fora de série – 2ª temporada, percebemos que 2 anos e passaram desde o fim de MVFS – 1ª temporada. A data coincide com o início de Fazendo meu filme 1, quando Fani entra na mesma escola que Priscila, Rodrigo, Natália, Leo e Gabi; mas antes de entrarmos de cabeça no 2º ano do ensino médio junto com a galera, Priscila e Samantha (*o*) nos levam a uma viagem no tempo, mais precisamente ao ano anterior no aniversário de 15 anos de Pri, que ela festejou na Disney junto com as amigas de Sampa.

Aos 13 ela ficou romântica, aos 14 se tornou estudiosa, aos 15, introspectiva, e agora, aos 16, revoltada. Mal posso esperar para os 17 chegarem! o que será que vem por ai?

Priscila, em uma conversa franca com Samantha, explica que desde sua volta da Disney seu namoro com Rodrigo não é mais o mesmo – devido a acontecimentos na terra do Mickey -, e acaba descobrindo também o motivo do término de Sam e Arthur. Sim, Sam e Arthur terminaram, por isso, Samantha tenta ajudar Priscila a investir em seu namoro, para que o mesmo não aconteça com ela. Acontece que tanto Priscila quando Rodrigo têm um certo faro para confusão,e dessa vez a confusão, ou melhor, as confusões possuem nomes, sobrenomes, endereços e rostinhos muito, muito bonitos. E eu não darei mais nenhuma palavra sobre esse assunto.

Entre ter uma relação explosiva de poucos dias com um cara que faça meu coração ultrapassar o limite de velocidade permitida e ter um amor calmo, que tenha também amizade misturada nos ingredientes e que dure a vida inteira… eu fico com a calmaria. Porque sei que é esse amor que vai estar comigo em todos os momentos. Que vai gostar de mim até nos dias em que eu estiver me sentindo mais feia, com preguiça de lavar o cabelo e com vontade de ficar de moletom dentro de casa. Que vai assistir comigo ao seriado de mulherzinha só porque a minha companhia vale o sacrifício. Que vai me aguentar mesmo que eu esteja descabelada, gorda e de TPM…

Em MVFS 2ª temporada, Rodrigo e Priscila enfrentam sua primeira crise no relacionamento que já dura 3 anos. Palavras não ditas, atitudes não pensadas, pensamentos não compartilhados que acabaram os afastando mentalmente, mesmo estando juntos fisicamente. Paula conseguiu retratar bem o relacionamento dos dois, e o que é melhor, pela visão dos dois. Sim, o livro tem POV do Rodrigo, o que fez meu coração sambar do início ao fim. É sempre muito bom ler um outro ponto de vista, e quando se trata de um relacionamento, é essencial saber as duas versões da história - principalmente quando se está acostumada a ser mediadora de casais amigos que porventura se desentendem. #hard

O tempo que antes usávamos para estar juntos ou pelo menos para pensar um no outro, estava ocupado com outros interesses. Nossos telefonemas, antes tão longos, cheios de sussurros e segredos, estavam rápidos, em qualquer tom, sem nenhum assunto nosso. Ela contava o dia dela, eu o meu, e logo desligávamos, sem compartilhar nenhum tema em comum… Como se ela fosse apenas ela, e eu, apenas eu. Como se “nós” não existíssemos mais.

No mais, foi ótimo entender algumas coisas sobre o colégio antes da Fani entrar, e foi melhor ainda relembrar o iniciozinho da ‘amizade’ de Fani e Leo, a partir de outras perspectivas, é claro. A Paula me surpreende a cada dia com essas histórias. Fico tão triste quando acaba, mas também fico feliz, porque ela não escreve nada por caso. Sempre tem uma pontinha de linha que ela puxa e remenda num outro capítulo, numa outra história, numa outra temporada... Voltamos ao hiatus. Mal posso esperar pelos próximos capítulos.

“Hoje é o fim de um capítulo, e o início do resto da minha vida.” – Being Erica





domingo, 23 de junho de 2013

Vitrola #7 - VEVO presents - Demi Lovato: Live in London

Linda, loira e cheia de intimidade. É assim que Demi aparece em mais um especial do canal VEVO.


No ano passado o canal convidou Demi para gravar o VEVO presents - Demi Lovato: An intimate performance. Seguindo a mesma linha do projeto anterior - mas trocando o acústico pela balada - no último dia 31 de maio, Demi gravou em Londres o pocket show VEVO presents - Demi Lovato - Live in London. O show ocorreu no Porchester Hall, numa apresentação super intima para apenas 300 pessoas, e o VEVO liberou os vídeos no último dia 18, para alegria dos fãs do resto do mundo que não tiveram a mesma oportunidade dos sortudos 300.

Com a luz baixa e abusando dos sintetizadores nos arranjos, Demi soltou a voz e levou a galera á loucura. O show foi predominantemente dançante, e só deu aquele slow down mesmo na hora do hino: "Skyscraper". Aliás "Skyscraper" e "Give your heart a break" foram as únicas músicas do álbum Unbroken - só pra não deixar o público com saudades. Demi cantou só cinco músicas, por isso, as outras três canções foram todas de seu novo álbum, DEMI, deixando a setlist assim: Made in the USA, Heart attack, Really don't care, Give your heart a break e Skyscraper. Arrepiei em diversos moentos, aliás, só não arrepiei mais porque não estava lá. Injustiça isso de fazer show intimo só pras gringas, né, Demetria! u_U #R3c41k3

1) Made in the USA: Demi já começa sendo linda, trocando o "USA" por "UK", para loucura dos fãs Londrinos. <3


2) Heart Attack: Demi deixou os sintetizadores de voz de lado e simplesmente sambou na cara da sociedade. Assim que eu gosto!


3) Really don't care: A Cher não pode ir, mas com uma platéia animada, quem precisa de parceria? Alíás, se essa apresentação fosse no Brasil, Demi nem precisaria pedir para que lhe ajudassem a cantar. Ela precisaria é mandar as brasilas calarem a boca.


4) Give your heart a break: Demi cantou "We can take it if you just take my hand" e estendeu a mão para tocar a galera antes de ir embora. *o* Sinto que essa galera não vai lavar a mão nunca mais.


5) Skyscraper: Então ela volta like a Skyscraper pra fazer todo mundo arrepiar e chorar. Onde já se viu cantar só 5 músicas? Onde já se viu deixar O Hino logo pro final?


sexta-feira, 21 de junho de 2013

Moviola #1 - Bridesmaids



Escolher suas madrinhas de casamento não deve ser das tarefas mais fáceis. Elas precisam ser suas melhores amigas, centradas, organizadas, saber trabalhar em grupo em prol de sua felicidade, precisam ser suas fiéis escudeiras... É isso? Ehh... alguém em um Manual? Porque eu acho que as madrinhas de Lilian (Maya Rudolph) vão precisar.

Título: Bridesmaids
Título no Brasil: Missão Madrinha de casamento
Diretor: Paul Feig
Roteirista: Kristen Wigg e Annie Mumolo
Cast: Kristen Wigg, Maya Rudolph, Wendy McLendon-Covey, Ellie Kemper e Melissa McCarthy
Hearts: ♥♥♥

Annie (Kristen Wiig) é uma solteirona de 30 anos. Tinha uma confeitaria em Milwhukee, mas devido a crise econômica, perdeu tudo. Seu dinheiro, sua confeitaria e seu namorado. Mesmo estando no fundo do poço, Annie recusa-se a morar com sua mãe, um ser-humano não muito equilibrado. Por isso divide um apartamento com duas outras pessoas os irmãos alienígenas, que por mais incrível que pareça, conseguem ser muito mais desequilibrados que sua mãe, mas não tanto quando a própria Annie.

A história começa quando sua melhor amiga de infância, Lilian, é pedida em casamento e convida Annie para ser sua madrinha, ou melhor, uma de suas madrinhas. Acontece que nos últimos tempos, Lilian fez novas amizades, e dentre elas está Helen (Rose Byrne) – linda, perfeita, rica e deslumbrante – a mais nova melhor amiga de sua, até então, melhor amiga. o.O

You’re like the maid of dishonor
Você é como a dama de desonra.

Assim começa o pesadelo de Annie - e o de Lilian. Annie e Ellen se odeiam desde o primeiro momento e passam a disputar sua amizade, sua lealdade e o principal, o posto de melhor madrinha de casamento. Não preciso nem falar que toda essa competição gera uma caos sem tamanho, e por pouco, muito pouco, não destrói o casamento de Lilian. O primeiro almoço das madrinhas, a primeira prova de vestidos, a despedida de solteira, o chá de panela... Tudo! Tudo vai por água quando suas madrinhas de casamento etram na conversa.

This is the first time I’ve seen you look ugly, and that makes me happy!
Essa é a primeira vez que eu te vejo feia, e isso me deixa feliz!

Helen é a costumada ser o centro das atenções, Megan (Melissa McCarthy) é... não tenho palavras ara descrevê-la, Rita (Wendi McLendon-Corvey) está insatisfeita com o próprio casamento e tenta levar Becca (Ellie Kemper) – recém casada, viciada pela Disney – para o mau caminho. E como eu já disse, Annie é completamente desequilibrada, e sua vida está uma bagunça tanto financeiramente quanto psicologicamente. E emocionalmente, nem se fala, ainda mais tendo sua amizade com Lilian ameaçada. Annie mantêm um relacionamento de sexo casual com Ted (Jon Hamm), que é um cafajeste de marca maior, e estando acostumada a ser tratada como uma qualquer, Annie quase não percebe quando a corda que lhe ajudaria a sair do fundo do poço – o policial Nathan Rhodes (Chris O’Dowd) -  aparece bem em sua frente.

This is so awkward. I really want you to leave, but I don’t know how to say it without sounding like a dick.
Isso é tão estranho. Eu realmente quero que você vá embora, mas eu não sei como dizer isso sem parecer um idiota.

Sim, isso é uma comédia romântica, mas podem apostar, é a comédia romântica mais bizarra que já assisti em toda a minha vida. Apesar de não ter entrado na minha lista de favoritos, dei boas risadas. Annie é simplesmente descontrolada, e as demais madrinhas... Não tenho o que falar. Ou melhor, tenho sim: Annie e Megan são as melhores. Enquanto a intérprete de Annie (Kristen Wigg) dá um show e é, além de personagem principal, a roteirista do filme (Brava! Brava! Brava!), Megan, é a versão feminina de ‘Adam’ de Se beber não case. Acho que não preciso dizer mais nada além de: (1) assistam (2) até o fim.

domingo, 16 de junho de 2013

#Shelf - Anna e o beijo francês - Stephanie Perkins


Título: Anna e o beijo francês
Título Original: Anna and the French Kiss
Autor: Stephanie Perkins
Editora: Novo Conceito
Hearts: ♥♥♥

Sinopse: Anna Oliphant tem grandes planos para seu último ano em Atlanta: sair com sua melhor amiga, Bridgette, e flertar com seus colegas no Midtown Royal 14 multiplex. Então ela não fica muito feliz quando o pai a envia para um internato em Paris. No entanto, as coisas começam a melhorar quando ela conhece Étienne St. Clair, um lindo garoto -que tem namorada.Ele e Anna a se tornam amigos mais próximos e as coisas ficam infinitamente mais complicadas. Anna vai conseguir um beijo francês? Ou algumas coisas não estão destinadas a acontecer? 

É possível que um lar seja uma pessoa e não um lugar?

A história começa quando Anna é mandada por seu pai, à uma escola Americana na França em seu último ano do ensino médio. Anna tinha uma vida boa, bons amigos, gostava de sua cidade, de seu trabalho, de Toph... Christopher, o cara que trabalhava com ela no cinema. A última boca que beijara em Atlanta. Também tinha Bridgette, sua melhor amiga e Sean, seu irmão mais novo. Isso sem contar os cinemas. Como Anna assistiria filmes na França se não falava francês? Como praticaria suas críticas cinematográficas para um dia detonar os romances oportunistas escritos por seu pai?

Esse é o dilema de Anna. De uma hora pra outra ela se vê em outro continente, outro país, outra cidade, outro colégio – um internato, pra dizer a verdade. Sorte é que logo no primeiro dia ela conhece seus novos amigos, e seu possível novo amor. Meredith, Josh, Rashimi e... St. Clair (Étienne St. Clair, o cara americano/inglês/francês, inteligente, gato e... Seu melhor amigo não disponível no mercado) são amigos de longa data, e resolvem acolher Anna e incluí-la no grupo.


Quanto mais você sabe quem você é e o que você quer, menos você deixa que as coisas te chateiem."

Todos os personagens aparecem bem e são bem legais, mas não dá pra negar meu favoritismo por Anna e St. Clair. Os dois são muito inteligentes, a amizade dos dois é o máximo e cresceu bastante ao longo do tempo (todas quer um amigo igual o St. Clair). Étienne é um cara encantador, e Anna... eu simplesmente me identifique com ela em muitos aspectos. Os dois têm relacionamentos conturbados com os pais, e acabam virando meio que a coluna de sustentação, um do outro. Acontece que Toph está longe, Anna está apaixonada por St. Clair, que apesar de gostar de Anna, tem namorada - mesmo que o namoro não ande tão bem assim -, e pra complicar mais ainda, tem Meredith. Uma confusão só, não?

O livro nos mostra como nós, seres-humanos, temos a mania de complicar coisas que na realidade são bem simples - ou não tão simples assim. Anna precisou mudar de país contra a própria vontade para perceber que de fato precisava mudar por dentro, e essa é o maior barato de Anna.

Existem tão poucas oportunidades de ficar com alguém. E nós estragamos tudo tantas vezes que perdemos a nossa chance.

O livro é previsível, isso é fato. Basta ler a contracapa e o inicio, e a gente já sabe bem onde a história vai nos levar, mas Anna é aquele tipo de livro que não surpreende no final, e sim durante a história. A forma como as coisas acontecem é que faz o livro valer.

Logo de início achei que faltava alguma coisa, achei meio mal escrito – não sei se por conta da autora ou da tradução, mas algumas falas ficaram meio confusas -, a edição também não ajudou muito e eu queria de verdade que os personagens se desenvolvessem mais, mas no fundo, no fundo, mesmo com todos os problemas, eu gostei. Vou confessar que esse meu preconceito quase me impediu de experimentar um livro delicioso, mas quando larguei mão de bobeira, comecei a ler e não consegui mais parar. Não me arrependi de quase virar a noite até chegar nas últimas palavras. No entanto, aconteceu uma coisinha não muito legal. Após terminar de ler Anna, me deparei com 4 problemas:

(1)   Preciso, mais do que nunca, conhecer Paris. Todos esses detalhes sobre os lugares é simplesmente golpe baixo.
(2)   Preciso fazer mechas coloridas no meu cabelo. Minha mãe vai surtar, mas é necessário. Não basta a Anna ter mechas (e a Lola ter mechas), o cabelo da Stephanie Perkins é simplesmente uma lindeza. Quero muito!
(3)   Preciso ler logo ‘Lola e o garoto da casa ao lado’. Boatos que Anna e St. Clair dão pinta de bonitos por lá.
(4)   Preciso ir mais vezes ao cinema, e isso é um problema. Quem se importa em tirar notas altas e manter um bom CR na faculdade, quando pode gastar o tempo de aula no cinema?

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Poeme-se: Pra não dizer que não falei das flores




Não é por rebeldia, vandalismo ou infantilidade.
Não é por coisa pouca nem pelos vinte centavos.
É por ter voz, e não mais aceitar calado.
É por nós mesmos! É pelas flores!

É por quinhentos anos de sucateamento de valores.
De educação, de saúde, de segurança.
É pelo medo nos olhos das crianças.
É pela dor de ver um filho morrer.

É por quinhentos anos de um bem aparente.
É pelo exterior ter sempre precedência.
Pelo desejo contido, pela decadência.
Por sempre nos contentarmos de contente.

É pelos quinhentos anos de uma gestação de risco.
É pelos sonhos de uma pátria abortada.
Reprimida, alienada, violentada...
De uma pátria iludida e constantemente roubada.

E se quer saber a verdade, é também pelas flores...
É pela repetição da história, é por mais do mesmo.
É por toda a verdade mentida, por toda a ideologia mantida.
É por sempre omitir e violar nossos direitos.

É por inverter os papéis.
É pela política de favores.
Mas no fundo, no fundo
É mesmo pelas flores.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Vitrola #6 - Forasteiro nunca mais


Depois de anos vagueando pelo mundo e sendo forasteiro nas próprias terras, Tiago Iorc se rendeu aos encantos da língua tupiniquim e fez a alegria dos brasilas. Prestes a lançar seu terceiro CD, intitulado Zeski - de Tiago Iorczeski (fofo *O*) -, Tiago vem, aos poucos, soltando informações de seu novo álbum. Faz pouco tempo, lançou It's a fluke, revelou o nome do novo álbum, mas a mais nova e feliz notícia é  que Zeski contará com quatro canções cantadas em português. Yaaaaaay!!!!!

São três as canções já confirmadas: Um dia após o outro em parceria com Daniel Lopes,  a regravação de Música inédita da banda Cidadão Quem, em parceria com a Maria Gadú e Forasteiro em parceria com o Silva (<3) - que foi lançada e ganhou vídeo clipe essa semana (um clipe delicioso, diga-se de passagem).

Estas são 3 das 4 canções brazucas que enfeitarão o primeiro álbum com músicas em português do moço, o que nos deixa curiosos quanto a quarta música. Mas enquanto ela não nos é revelada, a gente aguarda e fica com o gostinho de Brasil que sai da boca do Tiago.



"Pra começar, cada coisa em seu lugar. E nada como um da após o outro..."



"Nessa calçada vejo que os anos vão chegar, E cada pegada me mostra um jeito de encontrar todo esse nada, com medo de se machucar. Porque tudo isso então?" 



"Um forasteiro de mim. Eu espero o sim, até encontrar uma centelha de fim. Recomeço assim, vida clarear ."


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Cronices: Azar no amor, sorte no azar!



Mil casarão ao teu lado, dez mil namorarão a tua direita, mas tu... Ah, pobre criança. Tu farás um curso intensivo - e a longo prazo - de como ser um candelabro profissional.

Hoje é dia dos namorados e fugindo da apelo romântico que esse dia carrega, resolvi falar delas, das velas. O terceiro vértice de todo triângulo, o terceiro pé de todo cavalete, o fio condutor da maioria dos romances... afinal, quem nunca serviu de vela num jantar à luz de velas? Se existir alguém, que arda abrasivamente no fogo das paixões violentas que tem fins violentos.

Ser vela é uma profissão muito honrosa. Não é nada agradável, mas nos ajuda a desenvolver o tão raro amor ao próximo, principalmente quando o próximo está muito próximo de outro próximo. E apesar de todo o constrangimento e de todo o nojinho, a vela está sempre ali, firme e forte. Ruindo por dentro, mas sempre mantendo acesas as chamas da paixão alheia - diga se de passagem. Reclamando, mas feliz pelo casal que se forma.

E o que acontece no dia dos namorados? O casal feliz vai à festa, enquanto a vela... essa nunca é lembrada. Seu trabalho nunca é reconhecido, seu esforço nunca é recompensado. E recompensa não significa ter visão  privilegiada dos movimentos sublinguais do um casal. Não mesmo!

Eu sou o tipo de vela profissional. Já bati o record de vela de sete dias, e pelo visto não vou  parar por aí. Sou a famosa 'colecionadora de vestidos de madrinha', a 'conselheira amorosa das paixões tempestuosas', ouso dizer que me sairia melhor como psicóloga, que como comunicóloga. Sou muito melhor ouvindo. Mas como toda vela devidamente pós-moderna, estou aqui hoje para me fazer ouvir. Não pelos casais que estão aí pelo mundo fazendo barulho, mas sim pelas outras velas que estão em casa comendo brigadeiro, fugindo do facebook e dos anúncios da TV. 

Meu salve vai para todas as criaturas mágicas que estão nesse mundo de peito aberto e coração fechado, enfrentando dragões e afugentado paixões. Meu viva vai para os bravos guerreiros que esquentam a cabeça com romances alheios, mesmo sabendo que maioria não passa de fogo no rabo. Meus sentimentos estão com você que deitou na areia pra pegar um bronze, e não está encalhada como muitos dizem. Sim! Meu salve vai pra você que vive a vida à trois, com azar no amor e sorte no azar.

No mais, feliz dia do evento comercial que me proporcionará meu primeiro milhão no futuro. <3

quinta-feira, 6 de junho de 2013

#Shelf - Amanhã você vai entender - Rebecca Stead




Título: Amanhã você vai entender
Título Original: When You Reach Me
Autor: Rebecca Stead 
Editora: Intrínseca  
Hearts: ♥♥♥♥♥
Sinopse: A jovem Miranda Sinclair precisa desvendar um enigma na Nova York do final da década de 1970. Em Amanhã você vai entender, seu melhor amigo é agredido na rua, um estranho pode ter invadido a casa dela e uma série de bilhetes, que ela não compreende nem tampouco sabe quem escreve, alerta sobre a morte de alguém. Alguém que ela poderá ajudar a salvar. À medida que as mensagens chegam, Miranda percebe que quem as escreve sabe de detalhes de sua vida que ninguém deveria saber. E, conforme as peças do quebra-cabeça se encaixam, ela finalmente percebe que a resposta sempre esteve ali, bem em sua frente - mas o tempo é ardiloso: guarda hoje momentos que só amanhã você vai entender. Amanhã você vai entender, segundo livro de Rebecca Stead, recebeu a Medalha Newbery, prêmio da American Library Association destinado às mais importantes contribuições norte-americanas à literatura jovem.


"Quando o véu não está na frente do rosto de uma pessoa, um minuto é tempo suficiente para se perceber um monte de coisas."
Foi exatamente nesses poucos minutos de véu levantado que eu percebi que Amanhã você vai entender foi um dos melhores livros infantojuvenis que já li. Apesar de se passar num universo infantil (ou pré-adolescente, como eu diria se tivesse 12 anos), o livro trata o tempo de maneira simples e ao mesmo tempo bem complexa. Eu que sou incorrigivelmente apaixonada por histórias que envolvem viagens no tempo, passagem de tempo, e todas as outras coisas que o tempo engloba, não consegui não cair de amores por essa história deliciosa. O livro e bem leve e passa rapidinho. Li, reli estou me segurando pra não ler de novo. *o*
 “Tessere bem!"
Miranda tem 12 anos e é apaixonada pelo livro Uma dobra no tempo de Madeleine L’engle*. A história acontece nos anos 70, em Nova York onde Mira leva uma vida normal como qualquer garota de sua idade. Tem um melhor amigo que caminha com ela até a escola todos os dias, mantêm um relacionamento amistoso como namorado de sua mãe e tenta não ser percebida pelos meninos valentões da rua e pelo maluco da caixa de correios que vive na esquina da quadra de seu prédio. O melhor amigo de Mira se chama Sal, e a história começa justamente quando num dia aparentemente normal, um garoto mais velho chamado Marcus bate em Sal sem nenhum motivo plausível, e a partir daí, Sal para de falar com Miranda. Além disso, a chave sobressalente de seu apartamento some e um bilhete no mínimo muito suspeito e confuso aparece entre as páginas de um de seus livros.
M.
Isso é difícil. Mais difícil do que imaginei, mesmo com sua ajuda. Mas tenho treinado, e a preparação vai bem. Estou vindo para salvar a vida do seu amigo, e a minha.
Peço dois favores.
Primeiro, você precisa me escrever uma carta.
Segundo, por favor, lembre-se de mencionar onde fica a chave da sua casa.

Essa é uma viagem difícil. Não serei eu mesmo quando encontrar você.
Mas esse não foi o único acontecimento estranho na vida de Miranda: Além do ocorrido com Sal e do desaparecimento da chave, um homem nu foi visto correndo pelas ruas de seu bairro, um sapato desapareceu de seu apartamento e outros bilhetes misteriosíssimos começaram a surgir, deixando Miranda cada vez mais confusa quanto à origem dos mesmos, e quanto a sua missão nessa história. Porque um estranho lhe mandaria um bilhete pedindo que escrevesse uma carta sem destinatário sobre algo que ainda não aconteceu? Porque isso o ajudaria a salvar a vida de alguém? Miranda encontra-se no meio de um mistério aparentemente sem pé nem cabeça ao qual ela, e somente ela pode desvendar. Mas até que esse quebra-cabeça se resolva muitas peças e muitas surpresas, que só serão reveladas com o tempo, a aguardam.

Não se pode sentir falta de algo que nunca se teve.

O livro é contado num formato que é meio carta, meio diário e gira basicamente em torno do dia-a-dia de Miranda, por isso no início, a história parece meio sem foco, mas é exatamente aí que o livro nos surpreende. Nada, nenhum capítulo de AVVE e gratuito. A história foi muito bem amarrada e, com o perdão da palavra, o mistério foi guardado praticamente á sete chaves. Nunca, nunca mesmo desconfiaria que a história se desenrolaria dessa maneira, pois Rebecca Stead soube delineá-la como ninguém. Por isso, se estiver a fim de ler AVVE, mas for do tipo apressadinho, relaxe e saboreie cada página porque amanhã, e somente Amanhã você vai entender.

“O tempo é como um anel cravejado de diamantes - Sem começo nem fim: Cada pedra, um momento. [...] Se estamos 'nesse' brilhante, estamos 'nesse' momento. Não importa se viemos do brilhante logo atrás dele, ou de dez à sua frente. Se estamos lá, estamos lá”.




*O livro Uma dobra no tempo (A wrinkle in time) de Madeleine L’engle existe de verdade. Foi lançado na década de 60 e é um clássico da literatura infantojuvenil americana.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Vitrola #5 - 'S' de Slow down, de Stars Dance e de Selena.

 "I wanted it to be strong. I wanted it to be confidentI wanted it to be a new side of me."


E quem achava que teria que esperar muito pra conferir mais músicas do ovo álbum da Selenita se enganou, graças à Deus. A moça, que apareceu toda trabalhada na Sharara e na dança indana no vídeo do single Come & Get It no início do mês passado, enfim parou de fazer jogo duro e liberou de uma só vez o audio de mais uma música, o nome do álbum, a capa e a tracklist do CD inteirinho. *o* 


1. Birthday
2. Slow Down
3. Stars Dance
4. Like a Champion
5. Come & Get It
6. Forget Forever
7. Save the Day
8. B.E.A.T.
9. Write Your Name
10. Undercover
11 Love Will Remember
12. Nobody Does It Like You
13. Music Feels Better


Selena divulgou também que Stars Dance, o álbum, será lançado no dia 23 de julho, e sua futura (cujo palco será no formato de um S) turnê terá o mesmo nome.  o tentando, Selenita também deixou escapar que esse será o seu Grand Finale, o que levantou suspeitas em torno de um possível hiatus em sua carreira musical.

Bem, enquanto o hiatus não chega - se é que vai chegar -  a gente se joga na pista ao som de Slow down e, de quebra, baba na sessão de fotos do encarte CD.



(Slow Down)





(Ensaio do encarte <3) 




sábado, 1 de junho de 2013

Vitrola #4 - The Hurricane Bridgit


Eu tentei, juro que tentei, mas não consegui não me render aos encantos de mais uma estrela da Disney. A bloa da vez é Bridgit Mendler. A moça, mais conhecida como a Teddy Duncan da série Boa sorte, Charlie!, lançou no finalzinho do ano passado seu primeiro álbum intitulado 'Hello, my name is...' cheio de músicas super legais e dançantes - dentre elas, Hurricane e Ready or not - que eu adoro -, mas o que me conquistou de verdade foram dois covers recentes que achei pelo Youtube: Starry eyed da Ellie Goulding e Locked out of heaven do Bruno Mars.

Eles fazem parte de um projeto chamado The Hurricane Sessions, onde Bridgit gravou em estúdio versões acústicas de suas músicas favoritas e postou em seu canal. Com fundo escuro e luzes por toda a parte, o projeto ganhou um ar bem aconchegante e glamouroso ao mesmo tempo. E a voz da Bridgit... sem mais.

Os dois covers foram os meus favoritos, e não saem do repeat, não consigo parar de ouvir, pois ficaram realmente apaixonantes. Dá uma olhada:

(Starry Eyed - Ellie Goulding)



(Locked out of heaven - Bruno Mars)