Quem nunca entrou numa loja e se
viu forçada a provar uma roupa - sem compromisso -, que atire a primeira pedra.
Quem nunca pediu caridosamente à vendedora que guardasse a peça até o fim do dia
enquanto “ia até em casa buscar o cartão”, que atire uma pedreira inteira. Há
muito mais mistérios entre as mulheres e os provadores, que desconfia a vã
filosofia masculina, e eu – que só não sou uma compradora compulsiva por
simples falta de dinheiro – sou prova viva disso.
Toda semana é a mesma ladainha: “Só estou dando uma olhada”, “Qualquer coisa eu chamo”, “Pode reservar?”; e nunca, nunca mais as
tais vendedoras voltam a ver nossas caras-de-pau. É a peça que não faz jus ao preço,
é o pano que fica estranho onde não deveria, é a carteira, na maioria das
vezes, vazia ou até mesmo o simples e inenarrável prazer de vestir algo novo –
mesmo sem possuir dinheiro de papel ou disponibilidade no cartão para de fato
adquirir algo novo.
Eu, como 99,9 % da população
feminina, sou extremamente culpada. Quantas não foram as vezes que uma boa loja
e o amigo provador melhoraram meu humor?? Foram tantas que não posso contar nos
dedos.
Dia desses, num dia daqueles, me vi perdida em meio a araras
caçando algo, alguma coisa, um não sei o
quê que só mesmo o silêncio do provador poderia me oferecer: Privacidade e
roupas novas. Um momento só meu pra suspirar pelas peças, respirar pela vida e
contar até mil, e assim o fiz. Meia hora depois eu sai dali. A vendedora nada
perguntou e eu nem fiz questão de embromá-la. Ela apenas me lançou um olhar
compreensivo e recolheu as peças que eu não levaria – TODAS. Acho que meu nariz
vermelho, disse tudo. Só faltou ela me
desejar melhoras e me dar um abraço daqueles, bem apertados, estilo melhor
amiga.
Parece futilidade, e talvez seja
na verdade. Mas se o mundo soubesse o bem que uma boa roupa nova somada a um provador
vazio tem o poder de fazer... Ah! Tenho certeza que muitos homicídios e suicídios
seriam evitados. Eu, pelo menos, deixei de matar muitas pessoas só por ter
topado com uma roupa bonita e um provador acolhedor no meio do caminho.
Chamem-me de que quiser: Fútil, mulherzinha, esquizofrênica e o que mais der na
telha. Mas assassina? Isso não! Minha futilidade me livrou da cadeia, mas caso eu não consiga dinheiro para comprar as roupas, chamem a polícia e acrescentem cleptomaníaca e ladra á minha lista.
Garota, tem ideia do quanto eu senti falta dessas suas crônicas lindas? Super me identificando no quesito esquizofrênica, beirando à compulsividade - somente interrompida pela falta do bom e velho "money no bolso". Adorei!
ResponderExcluirBeijinhos.
http://missthay.blogspot.com.br
Estou me redescobrindo... srsrs!
ExcluirSomos pobrys, somos esquizofrênicas!!!
Quem não vai na loja entre olha e ama aquela roupa... e não tem money para ela! haha
ResponderExcluirseguindo vc. ;D
Bjs
http://achadosdamila.blogspot.com.br/
Quem nunca? Quem nunca?
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