quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Moviola #4: O fabuloso destino de Amélie Poulain

Título: Le fabuleux destin d'Amélie Poulain
Título no Brasil: O fabuloso destin de Amélie Poulain
Diretor: Jean Pierre Jeunet
Roteirista: Guillaume Laurant e Jean Pierre Jeunet
Cast: Audrey Tautou, Mathieu Kassovitz, Serge Merlin.
Hearts♥♥♥

Enrolei milênios para finalmente desvendar o Fabuloso destino de Amélie Poulain, e hoje simplesmente não entendo como pude viver tanto tempo sem tê-lo assistido. Fazia tempos que não assistia a um filme tão encantador e inspirador assim; tão perfeito que faz quase uma semana, e ainda não achei palavras para descrevê-lo. Por isso, decidi ficar com o adjetivo usado no título do filme: Fabuloso! Amélie é simplesmente fabuloso, do roteiro à fotografia. Da atuação à mensagem. Eu - uma sem coração nata - estou apaixonada. Acho que o filme cumpriu com seu objetivo, afinal.


"Estranho o destino dessa jovem mulher privada dela mesma, porém, tão sensível ao charme das coisas simples da vida..."

O filme conta a história de Amélie (Audrey Tautou), uma menina que cresceu isolada de outras crianças porque seu pai - e médico - achava que a pobre tinha uma arritmia cardíaca. Devido à tal doença Amélie fora educada em casa por sua mãe que era professora. Apesar de ser uma criança amada, seus pais nunca mantiveram relações muito estreitas e afetuosas com a ela e a falta de relacionamento familiar se agravou quando sua mãe veio a falecer ainda em sua infância. Essa dificuldade de criar e manter laços com outras pessoas somada a vários outros fatores influência muito na maneira como Amélie se relaciona com os outros em sua vida adulta. Ou seja: Amélie não se relaciona e ponto final.

"Se Amélie prefere viver no sonho e ser uma moça introvertida, é direito dela. Pois estragar a própria vida é um direito inalienável.’’

Quando se torna adulta, a moça percebe que viver com seu pai pela o resto da vida estava fora de cogitação e decide mudar-se para Montmartre, onde arranja um emprego como garçonete. Certo dia Amélie acha por coincidência em seu banheiro uma caixinha cheia de fotografias e lembranças do passado de alguém desconhecido, e é aí que seu destino muda para sempre. Apaixonada por mistérios como sempre foi, a moça vai atrás do homem da caixinha e ao conseguir encontrá-lo e devolvê-lo seus pertences, sente no peito uma vontade inquietante de ajudar e resolver os problemas de todas as pessoas. E assim ela faz, só esquecendo de si mesma.
A verdade é a timidez de Amélie é tão grande que nem mesmo namorados ela costuma arranjar. Tentou algumas vezes, mais nada saíra como esperado, então ela logo desistiu. Até que encontrou Nino (Matthieu Kassovitz), o moço do álbum de fotos - tão misterioso e peculiar quanto a mesma. Seria o namorado perfeito, não fosse a sua timidez.

- Ela prefere imaginar uma relação com alguém ausente do que criar laços com aqueles que estão presentes.
- Hummm, pelo contrário. Talvez faça de tudo para arrumar a vida dos outros.
- E ela? E as suas desordens? Quem vai pôr em ordem?

Apesar de muito introvertida, Amélie possui alguns amigos e o locutor do filme adora ressaltar as manias de cada personagem. Amélie, por exemplo, aprecia os pequenos prazeres como enfiar a mão num saco de grãos, quebrar a casquinha do crème brûlée com uma colher e jogar pedras no canal St. Martin.  Sr. Dufayel ou o pintor (Serge Merlin) – meu segundo personagem favorito – é apaixonado pelo quadro “O almoço dos barqueiros” de Renoir, e pinta uma cópia do quadro por ano, sendo o seu maior desafio retratar com fidelidade os olhos de uma das moças da pintura. Para o pintor a moça parece alheia a tudo, como se quisesse se privar do mundo, tal qual Amélie. Por isso o pintor, por meio de referências à moça do quadro, está sempre tentando dizer a Amélie que ela precisa perder de vez o medo de viver e parar de tentar resolver os problemas alheios, quando ela mesma tem problemas de sobra.

Então, minha querida Amélie, você não tem ossos de vidro. Pode suportar os baques da vida. Se deixar passar essa chance, então, com o tempo, seu coração ficará tão seco e quebradiço quanto meu esqueleto. Então vá em frente, pelo amor de Deus!."

Acho que nem preciso dizer que estou encantada com a história, né? Apesar de parecer meio confuso no início (principalmente quando a áudio está em francês, a legenda em português e o cérebro falhando de sono), mas o filme vale muito a pena. A história tem a medida certa de humor, romance, sarcasmo, psicopatia e mistério, e todos esses ingredientes muito bem dosados, fazem do filme algo tão delicioso quanto, como diria Amélie, quebrar a casquinha do crème brûlée com uma colher. Sei que a casquinha do meu coração foi quebrada, despedaçada e invadida por essa bela historia. Por isso, se você ainda não viu, corra para a locadora mais próxima e se delicie com o Fabuloso destino de Amélie Poulain.

 “São tempos difíceis para os sonhadores...”


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4 comentários:

  1. Socorro esse é o meu filme preferido de todos <3 É tão fofinho e lindo e a minha frase preferida é "São tempos difíceis para os sonhadores", adorei você ter colocado ela. E realmente, quem não viu, deveria sair correndo para a locadora mais próxima e não perder tempo <3
    Beijos ♡
    Sim Senhorita (Clique aqui ou no perfil)
    @SiimSenhorita

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    Respostas
    1. Ô Ana, bate aqui! Estou eternamente encantada por Amélie. De verdade. Sempre tive vontade de assistir, mas acabei vendo mesmo na casa de um amigo. Virou o filme da minha vida. Rsrrs! ♥

      É tão bom achar quem goste das mesmas coisas que a gente. Adorei sua visita, senhorita! *o*

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