quinta-feira, 25 de julho de 2013

#Shelf - A mulher do viajante no tempo - Audrey Niffenegger

“Está escuro agora, e eu estou muito cansado. Te amo, sempre. O tempo não é nada.”

 Título: A mulher do viajante no tempo
Título Original: The time traveler's wife
Autor: Audrey Niffenegger
Editora: Objetiva
Hearts: ♥♥♥♥♥

 



Sinopse: Henry sofre de um distúrbio genético raro. De tempos em tempos, seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás, e ele se vê viajando no tempo, levado a momentos emocionalmente importantes de sua vida tanto no passado quanto no futuro. Causados por acontecimentos estressantes, os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. A cada viagem, ele tem uma idade diferente e precisa se readaptar mais uma vez à própria vida. E Clare, para quem o tempo passa normalmente, tem de aprender a conviver com a ausência de Henry e com o caráter inusitado de sua relação.


Henry é um viajante do tempo. Não um cientista explorador da teoria da relatividade, nem um mágico que salta daqui e aparece ali. Henry possui uma doença genética de lapso temporal que não o permite controlar aonde vai, quando vai e muito menos o que pode levar. Ele está aqui e de repente não está mais, voltou ou avançou no tempo pra uma data qualquer, para presenciar como espectador um acontecimento passado ou futuro em sua própria vida, ou na vida de alguém que ama, amará ou já amou.
Como já disse, Henry não tem controle sobre o que leva. Ele pode estar de pijamas e ser cuspido no tempo no meio de uma grande nevasca, nu, sem nada para se proteger do frio. Pode também estar atravessando a rua e aparecer do nada sem roupas no meio de um museu, com fome e sendo obrigado a roubar para sobreviver. O porquê? Estresse, bebidas, desconforto ou o simples chuvisco da televisão. Tem cura? Ainda não. Não no seu presente. Não até conhecer Clare.

“Sinto muito. Se eu soubesse que você vinha, eu tinha arrumado melhor as coisas. A minha vida, digo, não só o meu apartamento.”

A história começa para Henry em 26 de outubro de 1991, quando ele conhece Clare no presente. Henry tem 28 anos e vive uma vida pra lá de desregrada, pessoal, financeira, temporal e romanticamente. A única área equilibrada de sua vida é a profissional, e com muitas ressalvas. Henry trabalha em uma biblioteca, a Newberry em Chicago, e é lá que os dois se conhecem, ou melhor, que Henry conhece Clare.

Clare encontra Henry pela primeira vez em 23 de setembro de 1977, ela com 6 anos, ele com 36. Isso acontece durante toda a infância e adolescência de Clare, até que ela cresça e finalmente se apaixone por Henry. Essas viagens que Henry orbitam a vida das pessoas que ele conhece ou ainda irá conhecer, e Clare se encaixa no segundo grupo de pessoas. Por isso, para o Henry de 28 anos, a Clare que ele conhece na Newberry é apenas uma desconhecida. Uma desconhecida que o conhece tão bem, a ponto de transformá-lo no homem que ela sempre conheceu, o homem que um dia ele será, porque no fundo, no fundo, tudo já aconteceu, e acontecerá de novo, e de novo, no espaço e no tempo.

“- Henry?
- Sim?
- Se você pudesse parar, agora... se pudesse não viajar mais no tempo, e não houvesse nenhuma consequência, você pararia?
- Se eu pudesse parar agora e ainda assim conhecer você?
- Você já me conheceu.
- Sim, eu pararia.”

A história é meio confusa no início, mas esse obstáculo é facilmente vencido quando passamos a prestar uma maior atenção nas datas e nas idades dos personagens. Henry não consegue viver uma vida normal, em ordem cronológica, por isso a história, de certa forma, segue o mesmo ritmo, não se atendo a ordem dos fatos.
Outro ponto interessante é que a história tem dupla narração. Podem ser dois Henrys viajando no tempo, ou um Henry do futuro e uma Clare do presente, dois Henrys e uma Clare do passado, não importa, a ordem dos fatores não altera a história, pois o que Henry tenta nos mostrar é que o que aconteceu - e o que ainda vai acontecer - não pode ser mudado, pois ele já viveu tudo isso. Henry é refém de sua doença e sua sentença é viver e rever os fatos mais dolorosos, e também os mais belos, de sua vida dos mais diversos ângulos. Clare também foi sentenciada no momento em que o conheceu, sua pena é esperar que ele volte. Sempre esperar.

“A voz baixa de Clare está em meu ouvido com freqüência.
Odeio estar onde ela não está, quando não está. No entanto, vivo partindo, e ela não pode vir atrás.”

Audrey Niffenegger conseguiu bolar uma trama incrível e apaixonante, e o que é melhor, muito bem amarrada. Gosto de histórias que envolvam o tempo e gosto de ver a desenvoltura dos autores para amarrar as pontas aparentemente soltas da história, e isso Audrey fez muito bem. Apesar de alguns exageros da parte da tradução, e alguns excessos de informação aqui e ali – por parte de Audrey -,a história ficou fantástica, de verdade, o livro vale muito a pena e é delicioso, ao mesmo tempo que é desesperador. Todos esses saltos no tempo, e o não saber o que acontece depois quase me mataram, mas vale a pena. A mulher do viajante no tempo é um daqueles livros que a gente fecha e suspira, e respira e pira por querer um pouquinho mais, por achar que o tempo é injusto e por entender que o amor é um verbo que não se conjuga no passado, mas sim em todos os tempos e a todo tempo.

Há apenas uma página para escrever. Vou enchê-la com palavras de apenas uma sílaba. Eu amo. Eu amei. Eu amarei. 

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17 comentários:

  1. Ai, sou louca pra ler esse livro! Na verdade nem acredito que ainda não comecei, rsrsrs...
    Adorei a resenha e o blog! Passe no meu também:

    www.universodosleitores.blogspot.com.br

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    1. Não perde tempo não. Esse livro é ridiculamente bom, e cruel, e choroso, e lindo, e... I can't. Meu coração. Rsrsrrs!

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  2. Sempre tive vontade de ler esse livro, mas nunca o acho :/ Parece ser o tipo de livro que transborda romance e dor na medida que nos faz ficar com um nó na garganta. Espero um dia encontra-lo na minha cidade. Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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    1. Renato, procure-o como que procura uma das esferas do dragão. RSrsrs!
      Você conseguiu descrever o livro com poucas palavras, mesmo sem ter lido. é exatamente assim que esse livro é. <3
      Até!

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  3. Eu amo o filme que esse livro pariu, e tenho certeza que vou amar ler ele. Vou procurar loucamente.

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    1. Ainda não assisti o filme, Jubs. Acabei de baixar e vou fazer valer as minhas férias.
      Leia-leia-leia!

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  4. Achei bastante criativo. Não sou lá grande fã de livros com romances centrais, mas adoro ler uma coisa inovadora, então com certeza, é um livro que eu procuraria.

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    1. Certeza que você gostaria do livro.
      Apesar de ter um romance como gancho central, a história vai muito além... Trata isso de uma maneira menos endeusada e mas real, sabe.
      Vale a pena procurar.

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  5. Olha, você e a Caah tão me fazendo ficar muito curiosa com esse livro, rs
    Não posso com essas coisas chorosas, não posso...

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    1. Ahhh, Tina. Para com isso! Você precisa sair dessa onda de amorzinho, e embarcar nos romances dolorosos de verdade, sem drama. Rsrsrs!

      Você pre-ci-sa ler, de verdade! Clare te ajudaria muito no seu livro ;p

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  6. Da primeira vez que eu li esse livro achei um pé no saco.Mas quando fui tentar ler de novo, daí eu não consegui mais largar.Foi assim com "Um dia" também :)
    HAHAHAHAHAH. Esses livrinhos viiiiu?

    <3

    Beeijinhos and i love you gata! :)

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    1. AHhhhh Cahhh, é exatamente assim. Esse lance da descontinuidade pesa mesmo quando a gente não está acostumado, mas quando a gente se esforça, não consegue desgrudar. Também lembrei muito de Um dia, outro livro que me matou. Pura sacanagem.

      Também te amo, chuchu!

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  7. Oh God. O filme que foi baseado nesse livro é com a Rachel Mc Adams e eu já quase assisti um monte de vezes. Deve ser lindo. Eu quero. Apenas. HAHA

    To vendo que é o livro que vai me fazer chorar muito, muito, muito.

    Beijão.
    http://veraodenoventaequatro.blogspot.com.br/

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  8. Nunca vi o filme porque morro de vontade de ler o livro, e quando assisto antes de ler, daí não consigo mais ler.
    Todas as resenhas que leio desse livro são ótimas! Eu sou doida pela premissa desse livro!!!!
    Sua resenha está divina!!!
    Adorei passar por aqui! Já estou seguindo!!

    milhões de beijos!
    terradecarol.blogspot.com

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    1. Ô Carol, muito obrigada pelo elogio.
      Saiba que eu fiz o mesmo, mesmo achando que um filme com Rachel McAddams é algo quase irrecusável.
      Li o livro e me apaixonei. Vou ver o filme daqui a pouco, que é pra reabrir as feridas.

      Muito obrigada por passar por aqui. Adorei, de verdade!

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  9. Adorei a resenha. Já ouvi falar muito bem desse livro e tenho bastante vontade de ler. Infelizmente, até agora eu só vi o filme - que é muito bom, mas já aprendi que não se compara livro com filme. Com certeza deve ser uma situação muito angustiante.

    Beijos,
    Paloma.

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    1. Paloma, você nem faz ideia. Ainda não assisti o filme, mas o livro é de uma angústia sem tamanho. O futuro é meio angustiante né, e no caso de Henry e Clare então, nem se fala.
      Se puder ler, leia. Você vai adorar. Certeza!

      Beijos, flor!

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